Queimaduras
A cirurgia plástica reparadora pode ter um papel importante no tratamento de pacientes queimados. Cada tipo de queimadura requer um cuidado especial e específico, dependendo do agente causador, da extensão e da profundidade dos ferimentos.
Queimaduras de 1º grau, não necessitam de cirurgia, pois elas são superficiais e cicatrizam sozinhas, onde são utilizados hidratantes e géis para aliviar a dor.
Queimaduras de 2º grau já podem necessitar de reparo cirúrgico, principalmente as mais profundas. Dependendo da extensão, pode ser retirada aquela área queimada e suturada ou realizado um enxerto de pele, que é um autotransplante de pele íntegra de outra área do corpo para restaurar a pele perdida.
Queimaduras de 3º grau sempre precisam de cirurgia para sua resolução, pois a pele é totalmente destruída e perde a capacidade de cicatrização. Nesses casos é necessário pelo menos um procedimento cirúrgico para retirada da pele necrosada
Indicação
- A cirurgia reparadora de queimadura pode ser indicada para queimaduras de segundo e terceiro grau.
Tipo de anestesia
- Depende muito da extensão da queimadura. Se a área atingida não for grande, pode-se fazer o uso da anestesia local com ou sem sedação. Se a queimadura for muito grande é indicada a anestesia geral.
Tempo de internação
- Depende do grau e da extensão na superfície corpórea.
- Nos queimados acima de 40% de área queimada, devera ser internado por exigir hidratação e controle das funções dos órgãos vitais.
Resultado
- Existe um inchaço que diminui entre 30 e 60 dias, dependendo do método usado (enxertia de pele, transferência de pele e gordura, ou ainda com músculo associado). O resultado definitivo pode ser visto após 6 meses, que é o tempo de amadurecimento da cicatriz.
Pós-operatório
- Recomenda-se manter a região operada imóvel e protegê-la de hematomas com curativos acolchoados, visto que a pele precisa fixar-se e receber nutrientes. O paciente também deve ter cuidado para evitar infecções e facilitar a cicatrização. Neste processo, normalmente são utilizados curativos ou pomadas.
- Não fumar por 15 dias após a cirurgia, pois as substâncias presentes no cigarro podem retardar a cicatrização.
Dúvidas frequentes
Como funciona o tratamento de excisões precoces?
Queimaduras mais profundas em áreas menores podem ser submetidas à ressecção total e sutura de bordas. Além disso, queimaduras maiores, de espessura parcial profunda (segundo grau profundo), podem ser submetidas à desbridamento e enxertia precoce, diminuindo as chances de haver alterações cicatriciais e sequelas.
Como funciona o tratamento de enxertos de pele?
Os enxertos cutâneos são muito úteis para o fechamento e proteção de feridas extensas, porém dependem de um leito vascularizado na área receptora para a sua integração. Podem ser doados pelo próprio indivíduo (autoenxertos), por indivíduos da mesma espécie (aloenxertos ou homoenxertos) ou de outras espécies (xenoenxertos ou heteroenxertos), sendo que os dois últimos são indicados quando não há áreas doadoras suficientes no paciente e são usados como curativos biológicos ou cobertura provisória. Quanto a sua espessura, os enxertos de pele podem ser divididos em enxertos de espessura parcial e de espessura total.
Como funciona o tratamento de enxertos de pele parcial?
Contêm epiderme e parte da derme, que pode variar de espessura (enxertos finos, intermediários ou espessos). Indicação: é o mais utilizado no tratamento de médios e grandes queimados. Formato: podem ser usados como pequenos fragmentos (enxertos em selo), tiras (enxertos em lâmina) ou expandidos através da criação de fenestrações (enxertos em malha). Técnica de retirada: são retirados com aparelhos especiais (dermátomo ou faca de Blair). Áreas doadoras: couro cabeludo, abdome, coxas e costas. Técnica de fixação: podem ser fixados apenas com curativos ou bandagens. Tempo de integração: 7 dias. Vantagens: apresentam maior facilidade de se integrar na área receptora, cobrem grandes superfícies, podem ser expandidos e cobrir áreas maiores usando-se menos enxertos. Desvantagens: sofrem maior contração secundária, ficam mais frágeis e ressecados (necessidade de hidratação constante). Tempo de recuperação da área doadora: quanto mais espesso é o enxerto maior é o tempo de recuperação.
Como funciona o tratamento de enxertos de pele total?
Contêm epiderme e toda a derme (todas as camadas da pele). Indicação: são usados em pequenas lesões de áreas nobres como face, mãos e dedos, raramente são utilizados no tratamento das queimaduras em sua fase aguda. Formato: geralmente possuem a forma de um fuso. Técnica de retirada: são obtidos através da exérese de fuso de pele e sutura da região doadora. Áreas doadoras: abdome, região inguinal, virilha, regiões retroauriculares. Técnica de fixação: há necessidade de se retirar toda a gordura remanescente sob o enxerto e fixá-lo com sutura e curativo compressivo. Tempo de integração: 7 dias. Vantagens: sofrem menor contração secundária, mimetizam melhor a pele normal, são mais firmes, resistentes e hidratados. Desvantagens: apresentam menor facilidade de se integrar na área receptora, necessitando de leitos ricamente vascularizados, servem apenas para cobrir lesões menores. Tempo de recuperação da área doadora: é rápido e deixa apenas uma cicatriz linear.
Como funciona o tratamento de substitutos cutâneos (coberturas provisórias)?
A solução consagrada pela cirurgia plástica para perdas do revestimento cutâneo é a enxertia de pele autógena (do próprio indivíduo), porém há casos em que ocorre escassez de áreas doadoras, como em grandes queimados. Atualmente, há muito interesse por materiais biológicos, biossintéticos ou sintéticos que possam substituir a pele, mesmo que provisoriamente, diminuindo o risco de infecções até o momento de uma cobertura definitiva das feridas. Existe uma grande variedade de substitutos cutâneos com diferentes aplicações, vantagens e desvantagens. Infelizmente, a maioria desses materiais ainda é muito cara ou não é liberada na maioria dos Centros de Tratamentos de Queimados existentes no Brasil.
Informe-se sobre o valor da consulta
Agende uma consulta com o cirurgião plástico